domingo, 25 de abril de 2010

Programação da Mostra

Mostra Grandes Diretores Manoel de Oliveira

De 27 de abril a 30 de novembro de 2010

Sessões todas as terças-feiras às 12h, seguidas ou antecedidas de eventuais debates.

Local : Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha, Praça Santos Dumont, Trindade – Florianópolis/SC

Todos os filmes serão exibidos em DVD, com projetor de alta resolução e tela especialmente instalada para esse fim.

Entrada Gratuita


PROGRAMAÇÃO:

Data

Filmes

27/abril

EXIBIÇÃO DOS CURTAS:

“Rencontre Unique” (2007)

Manoel de Oliveira, “O Caso Dele” (2008)

“Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira” (2008)

30/abril

Sessão Excepcional "Belle Toujours" (2006)

Palestrante: Maria do Rosário Lupi Bello, Dra, Professora de Estudos Literários e Cinema, UAb

4/maio

"O Meu Caso" (1986)

11/maio

"Os Canibais" (1988)

18/maio

"Non ou a Vã Glória de Mandar" (1990)

25/maio

"A Divina Comédia" (1991)

1/junho

"O Dia do Desespero" (1992)

8/junho

"Vale Abraão" (1993)

15/junho

FAM

22/junho

FITA

29/junho

"A Caixa" (1994)

6/julho

"Party" (1996)

13/julho

Recesso Escolar

20/julho

Recesso Escolar

27/julho

Recesso Escolar

3/agosto

Recesso Escolar

10/agosto

1ª Semana de aula

17/agosto

"Inquietude" (1998)

[ esta é a nova data da projeção ]

24/agosto

"Viagem ao Princípio do Mundo" (1997)

Palestrante: Clelia Maria Lima de Mello e Campigotto Dra., Professora do Curso de Cinema, CCE/UFSC

31/agosto

"O Convento" (1995)

Palestrante: Maria Cecília de Miranda N. Coelho, Dra., Posd. FALE/UFMG

[ esta é a nova data da projeção ]

7/setembro

FERIADO

14/setembro

"A Carta" (1999)

Palestrante: Lena Bastos, Cineasta e doutoranda

21/setembro

"Palavra e Utopia" (2000)

Palestrante: Jair Tadeu da Fonseca, Dr., Professor de Literatura e de Cinema, CCE/UFSC

28/setembro

"Porto da Minha Infância" (2001)

5/outubro

"Vou para Casa" (2001)

Palestrante: Celia Regina Cavalheiro, Dra., Prof. (de filosofia) do Senac e pesquisadora em Cinema.

Veja, na revista eletrônica Trópico (http://pphp.uol.com.br/tropico), a entrevista que a professora Celia Regina Cavalheiro fez com o cineasta Manoel de Oliveira, na cidade do Porto, em outubro de 2009.

12/outubro

FERIADO

19/outubro

"O Princípio da Incerteza" (2002)

Palestrante: Professora Dra. Cristiane Pimentel Neder. Mestrado e Doutorado pela USP. Professora de Pós Graduação em Cultura e Produção Audiovisual do SENAC - SC

26/outubro

"Um Filme Falado" (2003)

02/novembro

FERIADO

09/novembro

"O Quinto Império" (2004)

Palestrante: Valmir Francisco Muraro, Dr., Professsor de História da UFSC

16/novembro

"Espelho Mágico" (2005)

23/novembro

"Cristóvão Colombo – O Enigma" (2007)

30/novembro

“Singularidades de uma Rapariga Loura” (2009) – a confirmar

Obs.:

Possível prorrogação das sessões até o dia 30, se houver a exibição do filme “Singularidades de uma Rapariga Loura” (2009)

As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados. A mostra tem entrada gratuita e é aberta à comunidade.

Outros palestrantes / debatedores poderão ser incluídos no decorrer da Mostra. Informações para os interessados, entrar em contato com o Departamento Artístico Cultural da UFSC, em Florianópolis-SC, pelo e-mail dac@dac.ufsc.br - www.dac.ufsc.br

A mostra na universidade tem um caráter didático-cultural. Os filmes dessa mostra fazem parte da coleção de DVDs editada pela Lusomundo Audiovisuais.

A mostra no Teatro da UFSC é organizada por Zeca Nunes Pires e Camila Casseano Damazio, numa realização do Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSC.

Foto do banner do blog: Capa do livro “Manoel de Oliveira – 100 anos”, editado pela Lusomundo Audiovisuais.

Visite o site do Departamento Artístico Cultural da UFSC - www.dac.ufsc.br

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sábado, 24 de abril de 2010

Sobre Manoel de Oliveira

por João Lopes*


Nascido em 10 de dezembro de 1908, Manoel de Oliveira é um caso único da história do cinema português e mundial. Pela longevidade, como é óbvio. Feitas as contas, decorreram 77 anos desde que apresentou o seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial, um caso admirável de afirmação criativa e atenção às convulsões criativas do seu tempo.

Mas a singularidade de Oliveira é também indissociável da dimensão obsessiva de seu trabalho. Este é um autor que pressentiu as contaminações entre documentário e ficção, antecipou o fascínio de muito cinema moderno pela escrita teatral, enfim, discutiu (e discute) as relações ambíguas do visível e do invisível, dos corpos e das almas.

Sendo tudo isso, Oliveira nunca deixou de ser um cineasta de contundente subjetividade, com o seu labor, paciente e obstinado, a refletir uma via eminentemente pessoal de descoberta autobiográfica. Veja-se o emblemático Porto da minha infância (2001) e observe-se o cruzamento mágico da memória documental, da sedução teatral, da história familiar e, por fim, do fascínio primordial do cinematógrafo.

No ponto de fuga temático e simbólico de tudo isso, deparamos com uma entidade aglutinadora, também ela obsessiva. Ou seja: Portugal. De Non ou a Vã Glória de Mandar a Cristóvão Colombo – O Enigma, passando por essa prodigiosa tragédia histórica que é O Quinto Império – Ontem como Hoje, Oliveira filma o cíclico retorno de uma interrogação dolorida e ansiosa: afinal, de que falamos quando falamos de português?

Percorrer os seus filmes, inventariando fatos, temas, imagens e significações, é também redescobrir um pouco da história coletiva que, entre certezas e dúvidas, nos fez passar das convulsões do século XXI. Oliveira é, por tudo isso, um criador que ajuda a repensar o lugar português. Como num espelho.

(*) Do livro "Manoel de Oliveira - 100 anos", parte integrante da edição de DVD comemorativa do centenário de Manoel de Oliveira, editada pela Lusomundo Audiovisuais.

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UFSC realiza Mostra Grandes Diretores

Inicia nesta terça-feira, 27/04, no Teatro da UFSC, a mostra cinematográfica "Grandes Diretores - Manoel de Oliveira", premiado diretor português, homenageado no Festival de Cinema de Cannes, em 2008.


A mostra na universidade é uma atividade de caráter didático-cultural, realizada pelo Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC, e será realizada de 27 de abril a 30 de novembro deste ano, em todas as terças-feiras às 12h, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados. A mostra tem entrada gratuita e é aberta à comunidade.

Ao todo, serão apresentados três curtas-metragens e vinte e um longas-metragens, exibidos em DVD, utilizando projetor de alta resolução e uma tela apropriada para projeção, equipamentos especialmente instalados para esse fim no teatro da universidade. Os filmes dessa mostra fazem parte da coleção, contendo os DVDs e um livro, editada pela Lusomundo Audiovisuais.

As obras que abrem a mostra são os curtas “Rencontre Unique” (2007); Manoel de Oliveira, “O Caso Dele” (2008) e “Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira” (2008). Na página do DAC (www.dac.ufsc.br) serão publicados os nomes de todos os filmes da mostra. (Já disponíveis aqui neste blog, no link Programação da Mostra.)

Para algumas sessões, já estão agendados os palestrantes/debatedores como Maria do Rosário Lupi Bello, professora de Estudos Literários e Cinema, na UAb; Maria Cecília de Miranda N. Coelho, professora da FALE/UFMG; Cristiane Pimentel Neder, com mestrado e doutorado pela USP, professora de Pós Graduação em Cultura e Produção Audiovisual do Senac-SC e Celia Regina Cavalheiro, professora de Filosofia do Senac e pesquisadora em Cinema. Da UFSC, participam a cineasta Lena Bastos, o professor de Literatura e de Cinema, Jair Tadeu da Fonseca, e o professor de História Valmir Francisco Muraro.

Outros profissionais ou estudiosos do cinema poderão ser incluídos como debatedores na mostra. Interessados devem entrar em contato com o DAC (dac@dac.ufsc.br) para mais informações e agendamento.
Veja, na revista eletrônica Trópico (http://pphp.uol.com.br/tropico), a entrevista que a professora Celia Regina Cavalheiro fez com o cineasta Manoel de Oliveira, na cidade do Porto, em outubro passado.

A mostra no Teatro da UFSC é organizada por Zeca Nunes Pires e Camila Casseano Damazio, numa realização do Departamento Artístico Cultural, da Secretaria de Cultura e Arte, da Universidade Federal de Santa Catarina, com o apoio da Pró-Reitoria de Infraestrutura da UFSC. Todos os filmes serão exibidos em DVD.

Sobre
os curtas

Rencontre Unique
(2007), de Manoel de Oliveira
Em jeito de cinema mudo, a preto e branco e com intertítulos, uma pequena anedota comparando poderes e rotundidades entre Khroutchev e João XXIII. Sorrisos breves.
Produzido pelo Festival de Cannes para comemorar seu 60° Aniversário. Duração: 3 min

Manoel de Oliveira, O Caso Dele (2008), de Sérgio Andrade
O documentário, sobre a vida e obra do autor, com narração de Leonor Silveira, faz um retrato cronológico da vida e obra do realizador a partir do seu próprio testemunho. E regista as memórias dos protagonistas de alguns dos seus filmes nos lugares onde eles foram rodados, como Douro, Faina Fluvial e Aniki-Bobó, nas margens do rio Douro, ou Acto da Primavera, na aldeia da Curalha, em Chaves. Manoel de Oliveira, o Caso Dele aborda ainda as relações do cineasta com os seus atores e com os escritores a quem deu expressão cinematográfica, como Camilo Castelo Branco, José Régio ou Agustina. Duração: 56 min

Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira (2008), de Gilles Jacob
Exibido em Cannes como homenagem ao centenário do diretor, com um depoimento do cineasta em seu apartamento no Porto. Duração: 9 min

Sobre Manoel de Oliveira, por João Lopes*
Nascido em 10 de dezembro de 1908, Manoel de Oliveira é um caso único da história do cinema português e mundial. Pela longevidade, como é óbvio. Feitas as contas, decorreram 77 anos desde que apresentou o seu primeiro filme, Douro, Faina Fluvial, um caso admirável de afirmação criativa e atenção às convulsões criativas do seu tempo.

Mas a singularidade de Oliveira é também indissociável da dimensão obsessiva de seu trabalho. Este é um autor que pressentiu as contaminações entre documentário e ficção, antecipou o fascínio de muito cinema moderno pela escrita teatral, enfim, discutiu (e discute) as relações ambíguas do visível e do invisível, dos corpos e das almas.

Sendo tudo isso, Oliveira nunca deixou de ser um cineasta de contundente subjetividade, com o seu labor, paciente e obstinado, a refletir uma via eminentemente pessoal de descoberta autobiográfica. Veja-se o emblemático Porto da minha infância (2001) e observe-se o cruzamento mágico da memória documental, da sedução teatral, da história familiar e, por fim, do fascínio primordial do cinematógrafo.

No ponto de fuga temático e simbólico de tudo isso, deparamos com uma entidade aglutinadora, também ela obsessiva. Ou seja: Portugal. De Non ou a Vã Glória de Mandar a Cristóvão Colombo – O Enigma, passando por essa prodigiosa tragédia histórica que é O Quinto Império – Ontem como Hoje, Oliveira filma o cíclico retorno de uma interrogação dolorida e ansiosa: afinal, de que falamos quando falamos de português?

Percorrer os seus filmes, inventariando fatos, temas, imagens e significações, é também redescobrir um pouco da história coletiva que, entre certezas e dúvidas, nos fez passar das convulsões do século XXI. Oliveira é, por tudo isso, um criador que ajuda a repensar o lugar português. Como num espelho.

(*) Do livro Manoel de Oliveira 100 anos, parte integrante da edição DVD comemorativa do centenário de Manoel de Oliveira.




SERVIÇO
O QUÊ : Mostra de cinema Grandes Diretores - Manoel de Oliveira (os filmes serão apresentados em DVD)
QUANDO : De 27 de abril a 30 de novembro de 2010, em todas as terças-feiras às 12 horas, seguida ou antecedida de eventuais debates. As datas das sessões serão interrompidas para o recesso escolar, IV FITA, 14º FAM e feriados.
ONDE : Teatro da UFSC, ao lado da Igrejinha, Praça Santos Dumont, Trindade, Florianópolis-SC
QUANTO : Gratuito e aberto à comunidade
CONTATO : Departamento Artístico Cultural - DAC (48) 3721-9348 ou www.dac.ufsc.br e dac@dac.ufsc.br

Foto do banner do blog: Capa do livro “Manoel de Oliveira – 100 anos”, editado pela Lusomundo Audiovisuais.

Fonte: [CW] DAC: SECARTE: UFSC, com material da coleção de DVDs e dos organizadores da mostra.

Visite o site do Departamento Artístico Cultural da UFSC - www.dac.ufsc.br

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Sinopses dos filmes


CURTAS:

Rencontre Unique (2007), de Manoel de Oliveira

Em jeito de cinema mudo, a preto e branco e com intertítulos, uma pequena anedota comparando poderes e rotundidades entre Khroutchev e João XXIII. Sorrisos breves.

Produzido pelo Festival de Cannes para comemorar seu 60° Aniversário
Duração: 3 min


Manoel de Oliveira, O Caso Dele (2008), de Sérgio Andrade

O documentário, sobre a vida e obra do autor, com narração de Leonor Silveira, faz um retrato cronológico da vida e obra do realizador a partir do seu próprio testemunho. E regista as memórias dos protagonistas de alguns dos seus filmes nos lugares onde eles foram rodados, como Douro, Faina Fluvial e Aniki-Bobó, nas margens do rio Douro, ou Acto da Primavera, na aldeia da Curalha, em Chaves. Manoel de Oliveira, o Caso Dele aborda ainda as relações do cineasta com os seus atores e com os escritores a quem deu expressão cinematográfica, como Camilo Castelo Branco, José Régio ou Agustina.

Duração: 56 min


Um Dia na Vida de Manoel de Oliveira (2008), de Gilles Jacob

Exibido em Cannes como homenagem ao centenário do diretor, com um depoimento do cineasta em seu apartamento no Porto.
Duração: 9 min


LONGAS:

O Meu Caso (1986)

Baseado nas obras O Meu Caso, de José Régio, um drama; Pour Finir Encore et Outres foirades, de Samuel Beckett, um poema; e excertos de “O livro de Job”, parte do Antigo Testamento, um épico. O teatro é visto através do cinema neste filme que trata da exposição do “próprio caso” por um desconhecido, uma atriz e toda uma companhia teatral pouco antes do início de um espetáculo.

Duração:88 min
Elenco: Bulle Ogier, Luís Miguel Cintra, Axel Bougousslavsky
Selecionado para o Festival de Veneza 1986


Os Canibais (1988)

É um filme-ópera. Toda a ação se desenvolve em torno da música interpretada pelos atores que representam a alta sociedade aristocrática do século XIX. Margarida, é uma jovem bela que se apaixona pelo Visconde de Avelede. Uma paixão interceptada por D. João, que odeia o Visconde e não descansa enquanto não o derruba. É, no fundo, o regresso à tetralogia dos amores frustrados iniciado com Benilde ou a Virgem Mãe , Amor de Perdição e Francisca, que Oliveira aqui faz representar, só que de uma forma diferente.

Segundo a obra homônima de Álvaro Carvalhal
Duração: 95 min
Elenco: Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira,Diogo Dória
Festival de Cannes 1988 – Seleção oficial


Non ou a Vã Glória de Mandar (1990)

Reflexão de Manoel de Oliveira sobre a identidade e o destino português. Primeiro filme que aborda a memória da guerra colonial, evocando diversos pontos de viragem da história portuguesa, é também a reflexão sobre o destino de um país, cujos homens quiseram sempre ir mais além, e que depois de 1974 se vê reduzido às suas fronteiras originais.

Duração: 108 min
Elenco: Luís Miguel Cintra, Diogo Dória, Miguel Guilherme e participação de Leonor Silveira
Festival de Cannes 1990 – Homenagem Especial do Júri
Prêmio Especial da Crítica Internacional

A Divina Comédia (1991)

Afinal nós é que compomos a grande comédia humana a que chamo A Divina Comédia: o prazer pela vida, o sexo como ídolo, o poder como ambição suprema e a morte como limitação de tudo; ou a aceitação do sofrimento e da ressurreição como verdadeira glória? Eis o dilema!
Afinal um filme histórico ou, se preferirem, uma parábola sobre a civilização ocidental
Manoel de Oliveira

Duração: 136 min
Elenco: Maria de Medeiros, Miguel Guilherme, Luís Miguel Cintra, com participação especial de Maria João Pires
Selecionado para o Festival de Veneza 1991


O Dia do Desespero (1992)

Os últimos anos de Camilo Castelo Branco, numa abordagem baseada em cartas do escritor cuja obra marca a realidade cultural do século XIX, em Portugal; refletindo os conflitos e contradições do autor. Ele vinha sofrendo dos olhos e, um dia, acordou cego. Alma torturada como era a dele, havia de ser a cegueira o impulsor para o ato final da sua vida. Ato final da sua vida? E o além-túmulo?

Duração: 73 min
Elenco: Teresa Madruga, Mário Barroso, Luís Miguel Cintra, Diogo Dória
Festival de Locarno 1992 – Leopardo de ouro (ao conjunto da obra)


Vale Abraão (1993)

Ema é uma mulher de beleza ameaçadora. Para o marido, Carlos - com quem casou sem amor – “um rosto como o seu pode justificar a vida de um homem”. O gosto do luxo, as ilusões que assume, o desejo que inspira aos homens, vale-lhe a epíteto de “A Bovarinha”. Conhecerá três amantes, mas esses amores sucessivos não conseguem suster um crescente sentimento de desilusão, que a leva a definir-se como “um estado de alma em balouço”. Ema morrerá - acidentalmente? Quem sabe? - num dia de sol radioso, depois de se ter vestido como se fosse para ir a um baile.

A partir do romance Vale Abraão de Agustina Bessa-Luís
Duração: 210 min
Elenco: Leonor Silveira, Luís Miguel Cintra,Cecile Sanz de Alba
Festival de Cannes 1993 – Menção Especial da Quinzena dos Realizadores


A Caixa (1994)

Todo o filme se passa num típico bairro de Lisboa. Nesse Bairro vive um cego, o qual sobrevive das esmolas recolhidas diariamente pelas ruas da cidade. Além das esmolas serem a sua única fonte de alimento, ainda tem que as redistribuir por uma filha e por um genro. A filha além de se ocupar das tarefas domésticas ainda engoma roupa para fora, enquanto o marido é um marginal desempregado, tal como os seus amigos, vive à custa da caixa do cego. Até que um dia a caixa é roubada, tal como já tinha acontecido há uns tempos atrás. Motivo suficiente para que haja um grande conflito que acaba em tragédia.

Duração: 92 min
Elenco: Luís Miguel cintra, Beatriz Batarda, Diogo Dória, participação especial de Glicina Quartin e Ruy de Carvalho
Festival de Cannes 1994 – Quinzena dos Realizadores


Party (1996)

É a história de um jovem casal que comemora dez anos de casados e convida os amigos para uma festa no jardim do seu belo palácio em Ponta Delgada - Açores. Entre os convidados há dois amigos especiais, Irene, uma famosa atriz grega e Michel, um "bon-vivant" francês, pretenso Don Juan e seu amante. Michel seduz Leonor e esta, não o recusa, deixando-se envolver pelas doces palavras de Michel. Rogério, enquanto Michel e Leonor passeiam pelos jardins do palácio, conversa com Irene ao mesmo tempo que se diverte a olhar para uma belíssima jovem convidada, que não tira os olhos dele. Passados cinco anos Michel e Irene voltam aos Açores à casa de Rogério e Leonor para um jantar a quatro. O jogo sedutor iniciado há cinco anos aprofunda-se de forma explícita, não perturbando Rogério que aceita o fato com um conformismo racional.

Duração: 89 min
Com: Michel Piccoli,Irene Papas, Leonor Silveira, Rogério Samora
Festival de Veneza 1996 – Competição Oficial


O Convento (1995)

A trama desenrola-se num misterioso convento isolado na serra da Arrábida. Michel, investigador americano, procura indícios de que William Shakespeare era Judeu espanhol. Acompanhado pela mulher, Helène, lá ficam algum tempo, envolvendo-se de forma estranha com os restantes inquilinos do convento.

Obra Paralela à idéia original: As Terras do Risco, de Agustina Bessa-Luís
Duração: 89 min
Com: Catherine Deneuve, John Malkovich, Luís Miguel Cintra, Leonor Silveira
Festival de Cannes 1995 – Competição Oficial


Viagem ao Princípio do Mundo (1997)

Um veterano cineasta, Manoel está no Norte de Portugal, a filmar uma história de amor. O principal ator é o francês Afonso, que anseia conhecer uma tia em Lugar do Teso, Castro Laboreiro, assim completando visualmente as histórias que o pai, emigrante, lhe contava sobre aquelas paragens... “Uma viagem de recordações, de atavismos e de coisas presas a raízes, que se vão ocultando e esquecendo através de gerações”.
Entre os atores há uma grande figura do cinema, já falecido, Marcello Mastroianni que desempenha neste filme o seu último papel. Coincidência ou verdade é que Mastroianni é um “veterano cineasta”, que veio rodar uma história de amor, fazer um papel que ele já conhecia como a palma da sua mão, mas nunca o tinha feito. Ser realizador. E foi no papel de realizador que Mastroianni disse o último adeus ao cinema...

Duração: 91 min
Com: Marcello Mastroianni, Jean-Yves Gauter, Leonor Silveira, Diogo Dória
Festival de Cannes 1997 – Seleção Oficial


Inquietude (1998)

Tríptico composto da adaptação – a princípio improvável - de três textos heterogêneos: Os Imortais, peça teatral de Prista Monteiro, Suzy, romance de Antonio Patrício, e Mãe de Um Rio, narrativa mítica reformulada por Agustina Bessa-Luis. A primeira, em tom falsamente filosófico, se debruça sobre os tormentos de um velho pai que induz o filho ao suicídio para que ele passe à imortalidade. A segunda, com toques de romantismo, acompanha as desventuras de uma prostituta da região de Porto, nos anos 30, cortejada por um homem destroçado pelo amor. E a terceira, influenciada pelo estilo folclórico, narra a lenda de uma jovem que descobre ter dedos de ouro.

Duração: 108 min
Com: José Pinto, Luís Miguel Cintra, Isabel Ruth, Leonor Silveira, Rita Blanco, Diogo Dória
Festival de Cannes 1998 – Seleção Oficial


A Carta (1999)

Depois de sofrer uma desilusão amorosa, uma jovem aceita se casar com um renomado médico, mesmo sem amá-lo. Tempos depois ela redescobre a paixão ao conhecer um cantor. O peso desse amor proibido faz com que ela divida seu dilema com o próprio marido, que não suporta a terrível notícia e morre alguns meses depois.

Duração: 105 min
Com: Chiara Mastroianni, Pedro Abrunhosa, Antoine Chappey, Leonor Silveira
Festival de Cannes 1999 – Prêmio do Júri


Palavra e Utopia (2000)

Em 1663, o padre António Vieira é convocado a comparecer diante da inquisição portuguesa. Ele precisa explicar as idéias que defende, ao questionar a escravidão, a situação dos índios e as relações império-colônia. Perante os juízes, padre Vieira passa a limpo seu passado desde a juventude passada no Brasil e os anos de noviciado na Bahia.

Duração: 130 min
Com: Lima Duarte, Luís Miguel Cintra, Ricardo Trêpa e participação especial de Renato de Carmine, Diogo Dória, Paulo Matos
Festival de Veneza 2000 – Prêmio da Crítica Italiana


Porto da Minha Infância (2001)

Manoel de Oliveira volta à sua cidade natal, Porto, cenário de diversas de suas fitas. Desta vez, decide filmar a cidade não com os olhos de um documentarista, mas sob a ótica da memória. É a cidade de sua infância, que sobrevive apenas em recordações, testemunhos, sinais, palavras de canções e antigas fotografias.

Duração: 62 min
Com: Ricardo Trepa, Rogério Samora,Antônio Fonseca e participação especial de Agustina Bessa-Luís, Maria de Medeiros, Leonor Silveira


Vou para Casa (2001)

Paris, início de 2000. Gilbert Valence é um ator de teatro cujo talento e carreira bem sucedida sempre lhe renderam os papéis mais cobiçados. Com a morte da mulher, filho e genro em um acidente, Gilbert se vê diante da complicada situação de conciliar a criação do neto, recém-órfão, e seguir a carreira artística.

Duração: 90 min
Com: Michel Piccoli,Antoine Chappey, Leonor Baldaque, Leonor Silveira e participação especial de Isabel Ruth
Festival de Cannes 2001 – Seleção Oficial


O Princípio da Incerteza (2002)

António é rico e faz parte de uma família tradicional. José é o filho da empregada que vigia todos os passos dos dois garotos com seu olhar protetor. Ao se tornarem adultos, os jogos do amor irão torná-los ainda mais cúmplices. António se casa com Camila, por quem José sempre foi apaixonado, e mantém como amante a perigosa Vanessa, sócia de José em negócios escusos. Para complicar ainda mais essas relações, só falta um personagem: o diabo, com quem todos terão que dialogar.

Segundo o romance Jóia de Família, de Agustina Bressa-Luís
Duração: 132 min
Com: Leonor Baldaque, Leonor Silveira,Isabel Ruth,Rodrigo Trêpa
Festival de Cannes 2002 – Seleção Oficial


Um Filme Falado (2003)

Rosa Maria, jovem professora de História, embarca com a filha em um cruzeiro. O navio sai de Lisboa e atravessa o mar Mediterrâneo com destino a Bombaim, na Índia, onde seu marido a espera. Durante a travessia, ela visita pela primeira vez lugares sobre os quais falava em suas aulas: Marselha, as ruínas de Pompéia, Ceuta, Atenas, as pirâmides do Egito e Istambul. Mas uma estranha ameaça perturba o cruzeiro e a vida dos passageiros quando o navio atravessa o Golfo Pérsico.

Duração: 95 min
Com: Leonor Silveira, John Malkovich, Catherine Deneuve
Festival de Veneza 2003 – Competição Oficial


O Quinto Império: Ontem como Hoje (2004)

O rei Sebastião, depois da estrondosa derrota na batalha de Alcácer-Kibir (1578), mais conhecida como a Luta dos Três Reis, e por jamais ter sido identificado o seu corpo após o conflito, tornou-se o mito do encoberto; ele que fora antes o desejado e o destinado ao mito. Curiosamente, este mito também faz parte da mitologia muçulmana com a mesma nomenclatura do encoberto e, tal como o rei Sebastião, é suposto vir a acontecer o mesmo com o Iman muçulmano (o da décima segunda geração) cuja crença comum é a de que virá num cavalo branco, em uma manhã de nevoeiro para derrubar definitivamente o mal do mundo e estabelecer a concórdia entre os povos.

Baseado na Obra Literária de José Régio El Rei Sebastião
Duração: 121 min
Com: Ricardo Trepa, Luís Miguel Cintra, Glória de Matos, Miguel Guilherme
Festival de Veneza 2004 – Leão de Ouro à Carreira


Espelho Mágico (2005)

José Luciano acaba de deixar a prisão. Levado pelo irmão, Flórido, ele vai trabalhar na casa da rica Alfreda. Lá fica conhecendo o maior desejo da moça: presenciar a aparição da Virgem Maria, para confrontá-la. O responsável por este desejo é um estranho pesquisador bíblico, o professor Heschel, ao revelar a Alfreda que a virgem era rica. O único interesse de Bahia, marido de Alfreda, é ouvir música. Enquanto isso uma trama está sendo armada para realizar o desejo de Alfreda.

Inspirado na obra Alma dos Ricos, de Agustina Bessa-Luís
Duração: 137 min
Com: Leonor Silveira e participação especial de Ricardo Trepa, Marisa Paredes, Michel Piccoli
Festival de Veneza 2005 – Competição Oficial


Belle Toujours (2006)

Manoel de Oliveira presta uma curiosa e inesperada homenagem a Luis Buñuel e Jean-Claude Carrière retomando suas estranhas personagens do filme Belle de Jour. Estas revivem, trinta e oito anos depois, na estranheza de um segredo que só ficara na posse de Husson e cujo conhecimento se tornara crucial para Séverine: o que ele dela dissera ao marido quando este estava mudo e paralítico por causa de um tiro que um amante dela lhe dela.

Duração: 70 min
Com: Michel Piccoli, Bulle Ogier, Ricardo Trêpa
Festival de Veneza 2007 – Competição Oficial
European Film Awards - Nomeação Melhor Ator Michel Piccoli


Cristóvão Colombo – O Enigma (2007)

Manuel é um médico que vive entre Portugal, a sua terra nativa, e os Estados Unidos, de seus pais adotivos. Recém-casado com Silvia, uma professora universitária, os dois compartilham a paixão pelas explorações marítimas. Durante a lua-de-mel eles viajam por diversos lugares que confirmam a teoria do casal de que Cristóvão Colombo, na verdade, era português.

Inspirado no livro Cristóvão Colombo era Português, de Manuel Luciano da Silva e Silvia Jorge da Silva
Duração: 75 min
Com: Ricardo Trepa, Manoel de Oliveira, Leonor Baldaque
Festival de Veneza 2007


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